segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Parada gay pede o fim de crimes de homofobia em Alagoas

Sob o tema “Não matarás, pelo fim da homofobia e pela paz”, a orla de Pajuçara sediou na tarde deste domingo (13) mais uma edição da parada Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) em Maceió. A concentração, na altura do Hotel Enseada, começou às 11h da manhã. Os organizadores esperam cerca de 200 mil pessoas que devem marchar até a Praia de Sete Coqueiros.
Este ano a comissão organizadora de Parada do Orgulho LGBT inovou e abriu sua programação no dia 09 de novembro, no Teatro Gustavo Leite, com um ciclo de palestras e apresentações de drag queens. O ponto alto do evento, a parada, contará este ano com seis trios elétricos, onde se apresentarão os DJs John Charllys, Luck Chagas e Fabiano Karlus, além da participação da cantora drag queen Shinyder & Cia, e a atração principal o cantor Galã do Brega.
Segundo a comissão do evento, algumas autoridades políticas são aguardadas no evento, entre elas a secretária Katia Born, que assume a pasta da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, e é apontada pelos organizadores do evento como a “madrinha oficial da parada” que aguarda ainda a presença dos deputados Rui Palmeira, do vereador Ricardo Barbosa, entre outros.
O presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL) e membro da comissão organizadora do evento, Nildo Correia, falou sobre as dificuldades que passam as ONGs que levantam esta bandeira e “entram de cabeça na realização de um evento de mais de uma década e com este porte e que mobiliza boa parcela da sociedade”. Ainda segundo Nildo, “o setor privado - diferente do acontece em outros estados brasileiros - não enxerga a importância de eventos deste segmento”.
Para a organização, o tema escolhido este ano não tem a intenção de confrontar os religiosos, e sim “alertar a sociedade sobre a importância da quebra do fundamentalismo religioso, que ao longo dos séculos massacram minorias a exemplo das mulheres, pessoas de matizes africanas, entre outros,” diz comissão.
Atualmente Alagoas ocupa o primeiro lugar no ranking de crimes homofóbicos. Somente neste ano, quinze pessoas já foram assassinadas. O último caso foi o do professor de história, Ezequias Rocha Rego, assassinato na última sexta-feira (11) em sua residência, com um golpe de arma branca na região do pescoço.
Integrantes do movimento gay cobram das autoridades a elucidação dos crimes. Para a comunidade gay, a impunidade é um incentivo a este tipo de crime.

Parada Gay reúne mais de 100 mil em Curitiba

Theo Marques
Nem a chuva fina nem o feriado  intimidaram o público que lotou a rua Cãmdido de Abreu, no Centro Cívico em Curitiba, para participarda Parada da Diversidade, realizada no domingo (13) à tarde. A estimativa da organização do evento é de que 150 mil pessoas estiveram presentes ao evento, superando, com isso, a marca das 100 mil que participaram do evento no ano passado. 

Desde às 13 horas, drag queens, transexuais, travestis, homossexuais e simpatizantes começaram a chegar na Avenida Cândido de Abreu, colorindo a rua com as cores do arco-íris, características do movimento. Perto das 16 horas, o grupo cantou o hino nacional e iniciou o desfile até o palco montado no Centro Cívico, onde houve discursos e show com a banda Decafonis. 

''Um movimento como este traz beleza, alegria e sensualidade para a rua, mas o mais importante é a visibilidade que conseguimos. Nós queremos ocupar os espaços como todas as pessoas, seja numa loja, numa sala de aula, não queremos mais nem menos'', afirma Josiane Bougers, do grupo transexual Marcela Prado. 

Para a vice-presidente do mesmo grupo, Samanta Volcan, a parada deste ano tem também objetivo de denunciar os crimes contra homossexuais. ''Curitiba é a primeira no ranking de assassinatos de travestis. Queremos pedir que acabem com esta violência, de matar só por causa da orientação sexual'', diz. 

Este é o sexto ano que a Associação Paranaense pela Parada da Diversidade e a Aliança Paranaense pela Cidadania LGBT realizam a Parada na Capital. Cada ano é escolhido um tema para o desfile, conforme as demandas do movimento. Para este ano, a temática escolhida foi ''Estamos ao Redor do Mundo''. Segundo uma das organizadoras, a psicóloga Karlesy Stamm, da Aliança, o objetivo das paradas, criadas há 14 anos, é promover a cidadania de lésbicas, gays, bisexuais, travestis e transexuais (LGBT).